A Importância da Hidratação Durante Ondas de Calor
27 de Agosto, 2025
Mais uma vez, o mundo enfrenta os efeitos das alterações climáticas — e, em Portugal, o grande desafio é o calor extremo, que exige maior atenção à hidratação e ao bem-estar.
1. Regulação da temperatura corporal
A água desempenha um papel vital na regulação térmica: através da transpiração, o organismo dissipa calor. No entanto, isso aumenta o risco de desidratação quando as temperaturas sobem.
2. Função cardiovascular e risco aumentado em calor extremo
Durante ondas de calor, o corpo é sujeito a um maior esforço cardiovascular. Pessoas com doenças cardíacas têm entre 4 a 7 vezes mais risco de sofrer eventos graves (como enfarte ou AVC), especialmente em condições de calor intenso. A desidratação pode agravar estas situações.
3. Prevenção do golpe de calor e exaustão térmica
A desidratação facilita a evolução para exaustão térmica e golpe de calor — situações potencialmente fatais, caracterizadas por sintomas como confusão, pele quente e seca, ausência de suor ou desmaios.
4. Impacto na função muscular, cognitiva e digestiva
Mesmo uma leve desidratação pode comprometer o desempenho físico (cãibras, fadiga), a capacidade cognitiva (concentração, memória, humor) e o funcionamento digestivo.
Recomendações para se manter hidratado
1. Quantidade de líquidos
- Adultos: cerca de 2 a 3 litros de água por dia, dependendo do peso, nível de atividade e condições de saúde.
- Cálculo sugerido: aproximadamente 35 mL por kg de peso corporal — útil como referência para a maioria dos adultos.
2. Estratégias de consumo ao longo do dia
- Manter uma ingestão regular de líquidos, sem esperar pela sensação de sede (que surge tardiamente).
- Beber cerca de 250 a 500 mL duas horas antes de actividade física e, posteriormente, entre 400 a 800mL por hora durante o esforço.
3. Monitorização da hidratação
- A cor da urina é um bom indicador: urina clara é sinal de boa hidratação; mais escura indica necessidade de beber mais.
- Urinar regularmente (a cada 2–3 horas) é outro bom sinal de hidratação adequada.
4. Reposição de sais minerais
- Com o suor, perdemos não só água, mas também sais minerais como sódio e potássio.
- Em actividades intensas ou calor seco, bebidas isotónicas ou água de coco são recomendadas.
- Atenção: o consumo excessivo de bebidas açucaradas ou energéticas pode ser prejudicial — devido ao elevado teor de açúcar ou sal, especialmente em casos de hipertensão ou diabetes.
5. Alimentos que contribuem para a hidratação
- Frutas como melancia, melão, laranja e ananás, e vegetais como pepino, alface e tomate, têm alto teor de água e são excelentes aliados.
- Sopas leves, smoothies e até gelados de fruta natural são boas opções para aumentar a ingestão de líquidos.
6. Evitar bebidas desidratantes
- O consumo excessivo de café, álcool e refrigerantes deve ser evitado em dias muito quentes, pois favorece a perda de líquidos.
7. Cuidados com grupos vulneráveis
- Crianças: têm menor reserva hídrica e dificuldade em expressar sede, exigindo atenção redobrada a sinais como irritabilidade ou boca seca.
- Pessoas idosas: têm menor percepção da sede — é fundamental incentivá-las a beber regularmente.
- Doentes crónicos e mulheres grávidas: maior risco de desidratação e complicações, sendo essencial reforçar os cuidados com a ingestão de líquidos.
8. Cuidados complementares
- Usar roupas leves, de fibras naturais e cores claras.
- Evitar a exposição solar entre as 10h e as 16h.
- Preferir locais frescos, com sombra e boa ventilação.
Resumo Prático
Conclusão
A hidratação adequada durante períodos de calor intenso é essencial para proteger a saúde física e mental, prevenir complicações graves como exaustão térmica ou golpe de calor e garantir o bom funcionamento de todos os sistemas do organismo.
Adotar medidas simples — aumentar a ingestão de água, consumir alimentos ricos em líquidos, repor sais minerais e ter atenção redobrada com os grupos mais vulneráveis — pode fazer toda a diferença nos dias mais quentes.