Sódio na água mineral

10 de Novembro, 2023
Créditos: Ana Dias

O sódio é um mineral que existe naturalmente nos alimentos e é considerado essencial para o normal funcionamento do organismo, nomeadamente para a regulação do volume sanguíneo (e da pressão arterial) assim como para a contração muscular.

Por este motivo estimam-se necessidades mínimas diárias do corpo humano, que são de 500mg de sódio por dia.

O sódio pode existir nos alimentos (incluindo a água) associado ao cloro, formando cloreto de sódio (mais conhecido como “sal”, ou !sal de mesa”), ou de forma isolada.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (a OMS), a ingestão de sal deve estar limitada a cerca de 5g por dia, o que equivale a 2000mg de sódio (este valor obtém-se calculando o quociente entre o valor e sódio e 2,5).

Estima-se, no entanto, que o consumo dos portugueses ronde o dobro destas recomendações!

É importante lembrar que apenas cerca de 10% do sal que consumimos é proveniente do que existe naturalmente nos alimentos. Ou seja, há muitos produtos alimentares com pouco interesse nutricional, incluindo bastante sal, cujo consumo podemos – devemos - reduzir.

A prevalência de hipertensão arterial em Portugal é das mais elevadas a nível europeu e as doenças cardiovasculares a esta associadas são a principal causa de mortalidade. Tal significa que, de uma forma geral, todos devemos ingerir menos sal.

Assim, fará sentido:

  • Reduzir de forma significativa a quantidade de sal que utiliza para cozinhar/temperar;
  • Não ingerir produtos que contenham um teor de sal superior a 1,5g por 100g de alimento (o que equivale a 600mg de sódio por 100g) ou 0,75g por 100ml de bebida (300mg de sódio);
  • Limitar o consumo de produtos com teor de sal entre 0,3 e 1,5g por 100g de alimento ou 0,3 a 0,75g por 100ml de bebida;

(Segundo o Descodificador de Rótulos fornecido pela Direcção Geral de Saúde (a DGS), que podem facilmente encontrar na internet.)

Respeitando estes limites recomendados, o consumo de ultraprocessados, a sublinhar os enchidos e fumados, algumas conservas, os molhos pré-preparados, os caldos concentrados (que se usam para cozinhar), as batatas fritas de pacote e outros “salgadinhos” (snacks processados), as refeições pré-cozinhadas, alguns queijos, os cereais de pequeno-almoço e as bolachas (com exceções, como por exemplo a linha de crackers Love Seed) tem de ser muito limitado a situações excecionais e sempre em quantidade reduzida.

Todos estes exemplos de alimentos têm mais sódio/sal do que a água (comparando a mesma quantidade de alimento, claro.).

O tamanho da porção varia de alimento para alimento: no caso da água recomenda-se genericamente o copo de água de 200ml como sendo a porção a ingerir várias vezes ao longo do dia. A água Monchique possui 115mg de sódio por Litro de água, o que significa que por porção de 200ml contém apenas 23mg de sódio. (6 copos de 200ml de Monchique têm 138mg de sódio - ainda temos muita margem para chegar aos 2000mg sódio diários.)

Vamos aos alimentos que devemos escolher: os que incluímos no seu estado natural, não processados (os que constam na Roda dos Alimentos): as frutas, os cereais e derivados e as leguminosas não têm praticamente sódio na sua constituição, sendo os laticínios e a carne, o pescado e os ovos, os mais ricos. A maioria dos hortícolas apresenta também reduzidos níveis de sódio, excepto o aipo, os espinafres e outras hortaliças de folha verde, que têm algum conteúdo.

A somar a esta questão há o facto de os alimentos ricos em sódio serem também os mais pobres em potássio, ou seja, para a saúde cardiovascular e a regulação da tensão arterial, gera-se um desequilíbrio por excesso de sal e falta de potássio.

Como sempre, os alimentos mais interessantes para o consumo humano são aqueles que não têm rótulo, ou seja, os que se consomem no seu estado natural, alimentos simples, não processados.

Mais um alerta: os cereais de pequeno-almoço, as bolachas e biscoitos e outros snacks, por exemplo, podem conter muito sal, que não percecionamos devido ao sabor adocicado que possuem.

Se sente dificuldade em reduzir a ingestão de sal, por mais que tente – sim, de facto pode dizer-se que “é viciante” – então sugiro que o vá reduzindo gradualmente. Se fizer ligeiras reduções, de forma a dar tempo às papilas gustativas e ao cérebro para se irem adaptando, verá que é muito mais simples do que parece. Sugiro optar por utilizar mais as ervas aromáticas e especiarias, molhos preparados em casa com azeite e/ou iogurte, alho, sumo de limão ou vinagre, entre outros exemplos - os cozinhados ficarão saborosos e aromáticos, sem excesso de sal.

Faz sentido dar o exemplo de um alimento/bebida que não tem sal (cloreto de sódio), mas que tem sódio naturalmente: o leite. No seu rótulo - assim como no de todos os alimentos e produtos alimentares - é obrigatória a declaração nutricional “sal”, que poderá vir com a informação adicional "o teor de sal deve-se exclusivamente à presença de sódio naturalmente presente”.

É também o caso da Água Monchique, tal como todas as outras águas engarrafadas, que contêm naturalmente sódio. Alguns estudos demonstram que mesmo as águas gaseificadas, que têm um teor de sódio cerca de 5 vezes superior ao da Água Monchique, não têm impacto na pressão arterial de indivíduos normotensos ou hipertensos.

Em conclusão, a ingestão desta água é perfeitamente segura no que toca ao teor de sódio, incluída num contexto de alimentação e estilo de vida saudáveis.